quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

1 + 1 = 4

Um oi pra quem ainda nos lê! E um bem-vindo pra que está “vindo”!
Eu sei que não ando registrando muito a nossa vida ultimamente. Mas garanto que dá um belo livro de tantas aventuras que aconteceram nos últimos 5/6 anos, desde a gravidez da Nina.
Assim como tem coisas maravilhosas, tem épocas difíceis. Mas no geral podemos dizer que estamos ótimos e superando cada obstáculo dessa vida (e tentando evoluir para as próximas, quem sabe!).
Mas eu vim aqui contar sobre um assunto que amadurecemos (enquanto casal) desde muito antes de a Nina ser concebida, quando começamos a pensar em aumentar a família: a adoção!
Eu, enquanto pessoa única, sempre tive essa vontade dentro de mim: adotar! Mas se eu tenho um companheiro, ele também tem que ter esse mesmo desejo. Então fomos conversando, conversando, plantando a ideia, regando, alimentando, adubando... e um belo dia ela nasceu. A vontade dos dois falou mais forte e entramos com a documentação para nos habilitarmos.
Vale lembrar aqui que tive muita dificuldade em engravidar. Nina foi gerada naturalmente depois de 3 FIVs negativas, quando a gente estava indo para o quarto tratamento (de FIV, porque teve outros antes, como indução de ovulação). E Nina veio como um milagre, forte, numa gestação tranquila e saudável. Nasceu em julho de 2012, também tranquila e saudável.
Em janeiro de 2015 eu engravidei novamente. E naturalmente. Mas com 10 semanas de gestação, sofri um aborto espontâneo. Foi uma gravidez anembrionária. E foi aí que eu decidi (porque o corpo é meu, então... meu corpo, minhas regras!) que não ia mais querer engravidar e que se fôssemos mesmo ter mais filhos, seria pela adoção.
A essa altura, Nina, com 2 anos e 8 meses, já tinha sido promovida a irmã mais velha e tal. E foi a pessoa que ficou mais triste com a perda. Ela queria muito esse irmão/irmã. E falamos que ele não viria mais. Para ela foi dolorido. Mesmo pequena, ela entendeu.
Nesse mesmo ano e em 2016, passamos por alguns obstáculos e deixamos o assunto “aumentar a família” em stand by.
E, obstáculos vencidos, em novembro de 2016 entramos com pedido de habilitação para adoção. Em maio de 2017 aconteceu a primeira reunião de acolhimento, a inicial. Em junho, fizemos uma entrevista com a assistente social, em julho, a entrevista com a psicóloga. Em agosto, fizemos a última reunião, de fechamento e em setembro recebemos a habilitação. Foram 10 meses de processo para estarmos aptos a entrar na fila de espera.
Pelo nosso perfil, nos deram uma expectativa de 3 anos até sermos chamados. E tudo bem. Já sabíamos, quando entramos, que poderia levar uns 5 anos todo o processo.
Falando do nosso perfil, queríamos uma criança com idade entre 3 anos e 5 anos e 11 meses, indiferente de sexo e cor/raça.
Nina sempre soube da nossa opção e desde que entramos com a documentação, já conversamos com ela. Pois ela ainda pedia um irmão. Eu só falava para ela que sim, ela teria. Mas teria que ter paciência porque a mamãe aqui não teria mais filhos na barriga. E que ela teria um irmão/irmã que não viria para casa bebê. Seria mais grandinho já, mas olhando pelo lado bom, já seria companheirinho dela para brincar, entre outras coisas.
No início ela queria que fosse bebê, mas fomos conversando e ela aceitou bem. A psicóloga só recomendou que o segundo filho fosse mais novo que ela para não haver perda de status dentro da hierarquia de irmãos.
E assim, a vida seguiu seu curso. Nina pedindo por Seu Juiz mandar logo o irmão/irmã... a gente tentando contornar a ansiedade dela... e a nossa. Levando uma vida normal, já que a expectativa de nos ligarem e dizerem “chegou a vez de vocês” era de anos luz à frente.
E também não contamos muito para as pessoas. De ansiedade, já chegava a nossa!
Passados 3 meses, minha tia, que estava na fila há uns bons anos já, foi chamada: Ela ouviu “chegou a vez de vocês”. E ela vou conhecer V. No abrigo, contaram para ela que V. tinha mais 3 irmãs e uma delas era o nosso perfil. Minha tia não sabia muito bem em que estágio estávamos do processo, se estávamos ou não habilitados, mas comentou que tinha uma sobrinha que, achava ela, estava habilitada para adoção da irmã de 3 anos. Mas enfim que ela conheceu V. e V. foi para a casa dela fazer adaptação.
Minha tia me falou que V. tinha uma irmã de 3 anos e, no começo eu não entendi muito não... fiquei perdida. Pensei que recém havíamos sido habilitados, e não teríamos chance alguma. E em janeiro, tentamos. Mais que um não, a gente não ia receber... e foi o que aconteceu. Recebemos um não. O motivo: respeitar a fila. Ótimo, ninguém queria furar fila. Só queríamos que as duas ficassem perto. Me conformei.
Uns dias depois, nos procuraram para falar novamente sobre o assunto e nos pediram as habilitações (porque elas são individuais da pessoa, embora nosso processo foi para adoção conjunta). Enviei. Falaram que tinham reavaliado a situação, por serem irmãs e poderem ficar próximas (óvini, né gentchi) e tinha feito pedido para o Seu Juiz autorizar a aproximação.
E 10 dias se passaram até que recebemos a notícia de que podíamos visitar A.
Acho que não estamos acreditando. Era muita sorte. Não, não era sorte. Era destino! A adoção da minha tia acelerou a nossa por um bem maior: as irmãs poderem crescer juntas.
E lá fomos nós! O abrigo ficava a 400 km de casa. Fomos no domingo de manhã e voltamos à noite. Chegamos no abrigo às 15 horas conforme combinado, após o sono da tarde dela. Chegamos nós três. Entramos. Esperamos e A. entrou na sala. Toda tímida e com medo. Se sainha jeans, sandália, regatinha e com um rabo de cavalo. Nina, despachada, já puxou assunto, contando a vida dela. Peguei A. no colo, com calma e ela ficou.... Conversamos, perguntamos se ela queria passear na nossa casa. Mostramos fotos da Mona, do Fredo e do Fidel. Logo ela foi se soltando. Foi para o chão brincar com Nina. Tomaram água juntas. Ficamos mais ou menos uma hora com ela, sob a supervisão da coordenadora do abrigo.
Pedimos para a coordenadora para solicitar ao Seu Juiz que pudesse nos visitar. Ele autorizou a passar 15 dias conosco, podendo renovar para mais 15 dias. Cinco dias depois fomos buscá-la. A. estava nos esperando com suas coisinhas na mochila, deu tchau para os amigos, para as cuidadoras e seguimos viagem para casa.
A viagem foi tranquila, paramos nos avós paternos. Ela amou tudo. Foi muito bem recebida e até churrasco o vovô fez. Jantamos e seguimos para casa.
Era o início da adaptação de A. era ao início da grande aventura para todos!


(continua...)

2 comentários:

  1. Que lindo, esperando pelos próximos capítulos...

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  2. Bi, entrei no meu blog e vi um link lá desta tua postagem. QUe lindo, lindo!!! Fiquei emocionada!
    Quando puder, poste mais! Quero acompanhar de "perto" o crescimento desta família!!!
    Bjim

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Pensa comigo?!?